Atriz e radialista Daisy Lúcidi morre por covid-19 aos 90 anos

Atriz e radialista Daisy Lúcidi morre por covid-19 aos 90 anos


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Da Redação | redacao@rioradiosonline.com.br | Quinta-feira, 07 de Maio de 2020, às 20:10

Daisy iniciou carreira aos 6 anos na Rádio Nacional, declamando poemas

Atriz e radialista Daisy Lúcidi morre por covid-19 aos 90 anos
Arquivo: Agência Brasil

Atriz e radialista Daisy Lúcidi morre por covid-19 aos 90 anos
A atriz e radialista Daisy Lúcidi morreu na madrugada de hoje (7), aos 90 anos, no Rio de Janeiro. Ela estava internada no centro de terapia intensiva (CTI) do Hospital São Lucas, na zona sul da capital, desde 25 de abril e morreu por complicações decorrentes de infecção por covid-19.

Daisy Lúcidi nasceu no Rio, em 10 de agosto de 1929. Muito cedo começou sua carreira na Rádio Nacional, a maior emissora da América Latina, na época de ouro do rádio, nos anos 1940, 1950 e 1960, com seus programas de auditório, com nove orquestras e o radioteatro, onde Daisy, com voz marcante, iniciou aos 6 anos de idade declamando poemas.

Participou do programa Seu Criado, Obrigado!, ao lado de César Ladeira, durante dez anos. Ela participou também de novelas da Rádio Nacional, que paravam o Brasil de norte a sul, como integrante da equipe do radioteatro, com tudo ao vivo, sem poder errar. A primeira radionovela do país foi apresentada em 1941 pela Rádio Nacional – Em busca da Felicidade – e, um ano depois, inaugurou a primeira emissora de ondas curtas, o que deu aos seus programas dimensão nacional.

Com a primeira novela, que ficou mais de três anos no ar, vieram outras com grande sucesso. Daisy Lúcidi estreou em 1952 na Rádio Nacional, no elenco de radioteatro, comandado por Floriano Faissal, do qual faziam parte Brandão Filho, Iara Sales, Zezé Fonseca, Isis de Oliveira, entre tantos outros artistas de sucesso.

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Os programas de auditório com  César de Alencar e a rivalidade dos fã-clubes de Emilinha Borba e Marlene marcavam as tardes de sábado na emissora da Praça Mauá, 7, onde as filas para assistir aos programas davam voltas no quarteirão. A rádio também contava com programas de humor como Edifício Balança mas não Cai, que contava com  Paulo Gracindo, Brandão Filho e Walter d’Ávila, com a participação do elenco de radioteatro.

Daisy Lúcidi também participou de várias novelas da Rede Globo, entre elas Paraíso Tropical, Passione,  Bravo!, O Casarão, Babilônia, Geração Brasil e do seriado Tapas e Beijos.

Em 1971, Daisy Lúcidi estreou o programa Alô Daisy, que permaneceu no ar por 45 anos, no horário das 13h às 15h. Foi o primeiro programa de rádio voltado para o público feminino, para a dona de casa, que contava com receitas, notícias de artistas, um quadro, no início do programa, chamado Cidade, Atenção, com a com a equipe de radiojornalismo que ia para as ruas e mostrava os problemas da cidade. Depois, a produção cobrava das autoridades a solução para cada reclamação apresentada pelo público.

O Alô Daisy também apresentava, em dois dias da semana, sempre às quartas e sextas-feiras, debates populares. Em um dia a mesa era formada somente de homens - Agora é que são eles - e em outro dia formado por mulheres - Agora é que são elas, que debatiam questões nacionais, do estado e do município, sempre com destaque para os assuntos em evidência na semana.

Em eventos especiais da Rádio Nacional, como a visita do papa João Paulo II ao Brasil, Daisy Lúcidi participou com destaque da cobertura.

Com a projeção do programa, Daisy acabou entrando para a política - primeiro, para a Câmara Municipal do Rio e, depois, para dois mandatos seguidos como deputada estadual.

Daisy também desenvolvia um programa social, com creche e distribuição de alimentos, roupas e calçados para as famílias necessitadas. A sede da entidade, ficava na Rua Uranos, no morro do Alemão.

Recentemente, há pouco mais de dois anos, deixou a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), à qual a Rádio Nacional está vinculada, aderindo ao Programa de Demissão Voluntária.

Daisy Lucidi foi casada por 64 anos com o radialista Luiz Mendes, que morreu em 2011.

Com informações: Douglas Correa e Vitor Abdala - Repórteres da Agência Brasil - Rio de Janeiro 


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